Contos, prosas, poesias e outras palavras.
sábado, 30 de julho de 2011
quarta-feira, 27 de julho de 2011
RELEVÂNCIA DE UMA POESIA: O REDESCOBRIMENTO DO BRASIL
Embora a amostragem utilizada seja restrita, constituindo-se em apenas um fragmento do que se produz hoje no Brasil como poesia negra, percebe-se a relevância desses poetas, os quais realizam um trabalho complexo e diversificado, ocupando espaços em todas as vertentes poéticas, desde a poesia mais doce e emotiva dos que cultivam a lírica sentimental, até o exercício da forma depurada. Embora não se constituam em uma escola, nem tampouco em um movimento organizado de vanguarda, os poetas negros possuem pontos de convergência que os une, embora sejam tão diversos em sua produção estética individual. A questão do negro, em suas múltiplas implicações (culturais, políticas, econômicas, lingüísticas, educacionais, religiosas, psicológicas, estéticas, etc.) é esse elo que aproxima esses poetas, embora cada um possa ter suas convicções e estratégias para a condução da luta.
Reafirmando uma característica da literatura contemporânea, a poesia negra está ligada visceralmente à vida. Isto se inicia na linguagem, com forte apelo da língua natural, e continua na temática, retirada da vivência cotidiana. É uma poesia que se coloca, dentre outras coisas, como instrumento de luta, a serviço de uma causa. Convém pontuar que toda esta imensa poesia, contida em um dos mais importantes segmentos da população brasileira estava, até há pouco, silenciada. O negro brasileiro se expressava através dos esportes, da música e da dança. Mas a poesia considerada “culta” pertencia ao branco ( assim como ocorria nos esportes: o tênis, o golf, por exemplo, não eram costumeiramente praticados por negros. Atualmente, existem campeões negros em todos os esportes).
Percebe-se, a partir da análise de poetas como José Carlos Limeira e Éle Semog, um aperfeiçoamento no tratamento da linguagem, comparando-se os trabalhos das décadas de setenta e oitenta e a produção mais recente. Em ambos os casos, uma poesia inicialmente direta e engajada se diversifica temática e lingüísticamente, refinando progressivamente a linguagem, para revelar a autenticidade e as potencialidades do sujeito estético. Por outro lado, na poesia de Jônathas Conceição nota-se, desde o princípio, uma engenhosidade no tratamento da forma e uma consciência estética. Com o tempo, o poeta apenas torna a sua linguagem mais despojada e essencial.
Ainda que a poesia negra contemporânea mantenha-se ( ou seja mantida?) à margem do que se considera como a “literatura oficial” da Brasil, percebe-se um interesse cada vez maior por essa literatura, por parte de estudiosos e do público leitor em geral. Poesia motivada pela força do sonho da igualdade, alimentada pela riqueza cultural do povo afro-brasileiro, essa arte traz uma nova perspectiva para se ver o Brasil. É como se o país estivesse sendo finalmente desencoberto dos seus sutis véus de intolerância e mesmo de violência racial (camuflada pelos instrumentos de abrandamento das tensões sociais e raciais). Este é o segundo e mais veraz descobrimento (des-cobrimento: colocar à mostra o que estava coberto) do Brasil.
Revelando o próprio negro a poesia finalmente revela o Brasil. O negro agora não é mais uma pintura estática, mas o sujeito e o objeto de sua própria poesia. Com base no estudo desta produção poética, percebe-se uma tendência de expansão ilimitada para o poeta negro, nos próximos anos. Quando este ciclo se completar, a literatura brasileira terá resgatado parte da dívida estética para com a poesia do povo negro.
sexta-feira, 15 de julho de 2011
NÃO DEIXE O AMOR PASSAR
Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida.
Se os olhares se cruzarem e, neste momento,houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu.
Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem d’água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.
Se o primeiro e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um presente: O Amor.
Por isso, preste atenção nos sinais - não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: O AMOR.
Carlos Drummond de Andrade
Se os olhares se cruzarem e, neste momento,houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu.
Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem d’água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.
Se o primeiro e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um presente: O Amor.
Por isso, preste atenção nos sinais - não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: O AMOR.
Carlos Drummond de Andrade
sexta-feira, 8 de julho de 2011
A Academia e a Arte.
Ainda vivemos numa sociedade em que a academia está distante do povo e isso cria as discrepâncias que sentimos no dia a dia. As universidades ainda se sentem na obrigação de repetir o que intelectuais e pensadores disseram, escreveram ou devanearam sem necessariamente estabelecer um link com a realidade social que vivemos e isso é importante, afinal que seres pensantes nossas instituições estão produzindo?
Não adianta se produzir tantos TCC s, teses de doutorados ou mestrados que de nada servem e, que vão ficar nas prateleiras para outros formandos copiarem, e colarem. É lamentável, que o resultado disso tudo,representa muito dinheiro e tempo gastos em nada para se dizer coisa alguma, transformando estes pseudo-s alunos em papagaios intelectuais que reproduzem de forma arrogante uma falsa sabedoria onde muitos negam a sapiência popular, que representa a verdadeira cultura, afinal todos os verdadeiros pensadores e cientistas mamam e mamaram sempre nesta fonte chamada cultura popular.
O artista alemão Abdruschin diz: “Até agora, da ação viva do espírito, do sentimento intuitivo, só nasceu a arte. Somente ela teve uma origem e um desenvolvimento natural, isto é, normal e sadio. Mas o espírito não se manifesta no raciocínio, e sim nos sentimentos intuitivos, mostrando-se somente naquilo que de um modo geral se denomina “coração”. Exatamente do que os atuais seres humanos de raciocínio, desmedidamente orgulhosos de si mesmos, escarnecem e ridicularizam prazerosamente. Zombam assim do que há de mais valioso no ser humano, sim, exatamente daquilo que faz do ser humano um ser humano! “Estes chamados “papagaios imitadores de pensadores inteligentes’ se acham no direito de não fazer nada novo, e querem enfiar ‘goela a baixo’ conceitos distantes do dia a dia de nos o povo.
Pra terminar, a escritora portuguesa ;Maria de Fátima Seehagenem em um dos seus artigos sobre arte nos diz: “Podemos então concluir que a ARTE é uma manifestação do espírito humano e como tal permanece latente em cada um de nós. Caberá a cada um desenvolver a sua linguagem no sentido de exprimir os seus anseios mais profundos que, de acordo com a nobreza de alma do artista em questão, irá elevar tudo a que se refere através do enobrecimento ou, caso o artista tenha se limitado à análise material dos fatos através de um raciocínio torcido, irá mostrar claramente o desperdício da imensa dádiva de poder “criar”, e o que deveria ser um objeto de arte será apenas um objeto de consumo.”
Não queremos uma Academia de mercado mas sim transformadora, que respeite o artista e a sua função social.
Fabio Del Porto e Rai Alves
Não adianta se produzir tantos TCC s, teses de doutorados ou mestrados que de nada servem e, que vão ficar nas prateleiras para outros formandos copiarem, e colarem. É lamentável, que o resultado disso tudo,representa muito dinheiro e tempo gastos em nada para se dizer coisa alguma, transformando estes pseudo-s alunos em papagaios intelectuais que reproduzem de forma arrogante uma falsa sabedoria onde muitos negam a sapiência popular, que representa a verdadeira cultura, afinal todos os verdadeiros pensadores e cientistas mamam e mamaram sempre nesta fonte chamada cultura popular.
Seria importante as Universidades estarem atuando de dentro para fora pois, o aluno ao ingressar no universo acadêmico se esquece que ele vem de uma comunidade e percebemos que a maioria destes ao longo dos semestres começam a se distanciar do suas origens, não lembrando do povo e da sua família.
Ainda temos que ouvir absurdos como os tratamentos que se dão aos conceitos artísticos. Tratar as artes como se escuta muito por aí “… arte é cultura” há se pensar pois a origem da palavra Arte vem do Latim: ‘Ars’, significando técnica e/ou habilidade. É no mínimo um crime por a arte dentro da sala da cultura e fechar a porta, ela pode e deve estar dentro desta sala, mas com as portas abertas. Arte é sentir, ser artista é ter uma missão social e pessoal, como dizia Leonardo D´Vinci “ A Arte é coisa da mente(-”L’arte é cosa mentale!”)”.Afinal que seres pensantes nossas instituições estão produzindo? |
Pra terminar, a escritora portuguesa ;Maria de Fátima Seehagenem em um dos seus artigos sobre arte nos diz: “Podemos então concluir que a ARTE é uma manifestação do espírito humano e como tal permanece latente em cada um de nós. Caberá a cada um desenvolver a sua linguagem no sentido de exprimir os seus anseios mais profundos que, de acordo com a nobreza de alma do artista em questão, irá elevar tudo a que se refere através do enobrecimento ou, caso o artista tenha se limitado à análise material dos fatos através de um raciocínio torcido, irá mostrar claramente o desperdício da imensa dádiva de poder “criar”, e o que deveria ser um objeto de arte será apenas um objeto de consumo.”
ARTE é uma manifestação do espírito humano. |
Fabio Del Porto e Rai Alves
Fabio Del Porto é cantor, ator e produtor cultural.
Rai Alves é diretor dramaturgo e joranlista
Rai Alves é diretor dramaturgo e joranlista
segunda-feira, 4 de julho de 2011
Blog do Fabio del Porto é indicado ao TOP BLOG
Fabio Del Porto: Fomos indicados ao TOP BLOG! Valeu galera!: "Eu fico muito feliz em ver que nosso trabalho como blogueiro agrada a muita gente, nossa já aconteceu tanta coisa. Num é brincadeira não! ..."
Bem, meu povo valeu pelas indicações de varias partes do Brasil, e pela organização do Top Blog e, aos que me acompanham esse tempo todo valeu e fico muito agradecido! O que desejo pra todos e luz, paz e amor!
Bem, meu povo valeu pelas indicações de varias partes do Brasil, e pela organização do Top Blog e, aos que me acompanham esse tempo todo valeu e fico muito agradecido! O que desejo pra todos e luz, paz e amor!
domingo, 3 de julho de 2011
Mas que mundo é esse?
Neste vídeo Fábio del Porto nos leva ao mundo da obscuridade e dos medos adquiridos, uma viagem à depressão e a psique humana.
Inspirado em filmes de terror antigos tem como referencia Zé do Caixão e curtas da internet como o Manicômio.
Fábio del Porto
Mas que mundo é esse?
FVF Prod - Todos os direitos reservados
Inspirado em filmes de terror antigos tem como referencia Zé do Caixão e curtas da internet como o Manicômio.
Fábio del Porto
Mas que mundo é esse?
FVF Prod - Todos os direitos reservados
sábado, 2 de julho de 2011
Missa de Domingo.
Na pequena cidade onde nasci, tudo que chegava era novidade, missa do domingo de manhã então, era um festival de coisas novas: maçã do amor, retratista, até o padre. Nossa! A chegada do padre era um acontecimento, pois na minha cidade não havia pároco, então uma vez a cada três meses, vinha um sacerdote de outra cidade para celebrar missa, casamentos batizados, encomendar almas, todos os sacramentos que se fizessem necessários.
Ah! domingo de missa era sinônimo de festa, de ganhar roupa nova, das moças casadoiras realizarem o grande sonho do matrimônio e as meninas o grande sonho de ser dama de honra e eu claro nos meus sete anos não fugia a regra, e eis que numa linda manhã de domingo havia chegado o grande dia da minha vida: seria dama de honra, que sensação maravilhosa, eu iria entrar na igreja carregando as alianças ao lado do meu pajem, meu amiguinho Fabrício, mal sabia eu que o destino caprichoso iria nos pregar uma peça. Eu desconfio seriamente que nasci com uma predisposição para pagar mico, deve ser arte de algum erê brincalhão que veio junto comigo quando vim para esse mundo. Mas voltando a minha história: estávamos todos preparados para o casamento, noivos, daminha, pajem, pais, madrinhas e a o resto da cidade. O padre, porém, era um homem de temperamento difícil, ranzinza, o povo da cidade, apesar do respeito que tinha por ele, já andava com o pé atrás com o reverendo, e justamente nesse dia vossa santidade estava com a “macaca”, disse que não iria celebrar o casamento pois a noiva havia se atrasado por demais, sendo que a pobre noiva estava antes dos preparativos para o casório, auxiliando o infeliz nos rituais para a eucaristia, foi para casa correndo vestir o tão sonhado vestido para chegar na porta da igreja e não encontrar o padre que já estava de saída para sua terra, então começou o corre-corre as famílias pedindo para o padre ser mais compreensivo, pois senão a moça teria que aguardar mais seis meses para casar, mais não adiantou o vigário estava irredutível quanto a sua decisão:
- Não farei casamento algum, tenho que ir.
Nessa hora então começou a grande confusão – um primo do noivo que tinha saído cedo de sua rocinha onde morava para ir ao casamento do primo e já havia tomado umas doses de pinga a mais na venda de Boca Rica, achou aquilo uma desfeita - onde já se viu um homem de Deus se recusar fazer uma celebração de uma comunhão tão linda? O primo então se exaltou pegou um chicote e disse ao padre que ou ele fazia o casamento ou o ele iria tomar uma surra de chicote. Que furdunço na porta da Igreja: desmaia noiva, corre a mãe para acudir a filha, corre noivo para apartar a briga, porque a essas alturas dos acontecimentos o padre também já estava enfurecido, levantou a batina e partiu para briga, e o bebum tome-lhe chicoteada nas pernas do padre, e foi um Deus nos acuda, a cidade parou. E eu que olhava tudo de fora, só conseguia pensar se eu iria conseguir entrar naquela igreja carregando as alianças, comecei a rezar para a padroeira - Nossa Senhora D”Ajuda, para ela nos socorrer e por um fim aquela balburdia, enfim a briga acabou e o padre foi embora sem celebrar as bodas dos pobres nubentes, que já estavam perdendo as esperanças de concretizar o enlace amoroso, mas não pensem que essa história tem um desfecho triste não, o tabelião do cartório também estava lá para oficializar as cerimônias e ele então celebrou o casamento e eu pude enfim entregar as alianças aos noivos. Pelo ou menos o enlace matrimonial dos dois deu muito certo, viveram felizes por mais de vinte anos, até que a morte do esposo os separaram.
Rosangela Fonseca é atriz e escritora |
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