Contos, prosas, poesias e outras palavras.

sábado, 31 de dezembro de 2011

Mensagem de Fábio del Porto

Fábio e Rosangela

E aí galera. Quero desejar a todos que me acompanham aqui pela net, aos meus queridos amigos, Irmãos, a minha família, minha mulher Rosangela Fonseca, que tanto amo, aos nossos filhos, Vini, Maritsa e a Janaina e, aos que curtem meus trabalhos tanto na música com na Tv Web Cultura( que ainda tenho muito que melhorar), um feliz ano de 2012 com alegria e luz, paz e amor.


Que Deus nos dê sabedoria para viver melhor aqui nessa terra.
E a vida continua...
Falô galera, até mais!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O Teatro, a ousadia e a música estão de luto

Neste fim de semana que antecede o fim de 2011 o mundo da cultura fica órfão por três motivos emblemáticos o primeiro nos deixa calados. Cesária Évora, falecida no sábado, era, "a voz de Cabo Verde". O desaparecimento físico da diva dos pés descalços deixa um profundo silêncio na nossa mãe África e no mundo. A música nunca mais será a mesma sem a voz marcante e cheia de sentimentos de Cesária.
Veja vídeo onde a diva africana interpreta Besame Mucho


Também no mesmo sábado João Clemente Jorge Trinta, mais conhecido como Joãosinho Trinta nos deixa, aos 78 anos. O carnavalesco foi vítima de um choque séptico, pneumonia e infecção urinária. Joãozinho que tinha o sonho de ser bailarino quando deixou o Maranhão para ir par ao Rio de Janeiro recebeu de presente a oportunidade de revolucionar os desfiles de carnaval, como aquele desfile da ‘Baija-Flor’ no ano de 89, onde uma imagem do Cristo coberta com um pano preto devido a uma a censura imposta pela Igreja Católica, dizia “Mesmo proibido, olhai por nós! Um ato de pura genialidade. Isso não é revolucionário? O Brasil e o mundo ficam quietos e o samba vira um lamento.
Veja o vídeo com trecho do desfile histórico de 1989.


E pra completar nossa tristeza, neste mesmo Sábado, o ator e diretor de teatro Sérgio Britto, deixa de atuar nessa vida. Sergio faleceu no Rio de janeiro devido a complicações cardiorrespiratórias, ele tinha 88 anos.
O ator apresentava o programa semanal Arte com Sérgio Britto, em que abordava temas sobre teatro, cinema e literatura, fazia críticas sobre peças e filmes que estão em cartaz e entrevistava personalidades do meio teatral e cinematográfico brasileiro. O ator era o exemplo de amor a arte, Sergio simbolizava o próprio teatro, um artista completo no mais profundo sentido do que isso quer dizer. Por fim fecham-se as cortinas e apagam-se as luzes do teatro tupiniquim.
“E a vida”? E avida o quê que é meu irmão?”.
Veja esse vídeo feito pelo Prêmio Sesc de Fomento a Cultuira onde Sergio Brito foi o homenagiado.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Salve Jesus, o menino Deus, a minha Estrela Guia!

Naquela noite de 24 de dezembro, a mais de dois mil anos, passados, poucas pessoas tiveram o merecimento de ver o esplendor de um novo dia, no clarão da Luz da Estrela do Oriente.
Aquele ambiente, simples, de uma estrebaria, em um pequeno monte, na cidade de Belém, em Judá, acolheu a Família Sagrada, quando Jesus nasceu.
Os Tres Reis Magos, reconhecendo o Messias, renderam homenagens ao Rei dos Reis, presenteando-O com o que de mais sagrado tinham em seus reinados: o ouro, o incenso e a mirra.
O Menino Deus, fonte do Amor, trazendo a alegria, o perdão, a cura, a salvação!





Que assim seja, hoje, no dia do Natal, em 2012 e sempre, sempre, Amém Jesus!
Sejamos felizes!

Abraços fraternos de Márcio Da Rós
desde de Madrid -Espanha

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Casa da União promove a 3ª Feijoada da Amizade.

Com o objetivo de contribuir com as obras assistenciais da CASA DA UNIÂO, será realizada neste domingo dia 11/12/2011, uma super feijoada no espaço Villa na cidade de Eunápolis no estado da Bahia a partir das 11 horas da manha.
O evento contará com a participação de vários artistas convidados que darão ao o dia um toque de magia e brilhantismo cultural.


A CASA DA UNIÃO faz varias obras de auxilio social em todo o Brasil e na cidade de Eunápolis contribuem com cestas básicas, com tratamento odontológico e também promove o ‘Dia do Bem’, evento que atende pessoas carentes da periferia da cidade com tratamento estético e odontológico e também a distribuição de cestas básicas.
Será neste domingo dia 11 de Dezembro deste ano a partir das 11 horas. Compareçam

Adultos apenas 10 Reais crianças até 12 pagam meia.

Apoio: TV Web Cultura. O seu ponto de cultura na internet

Ouça agora a Entrevista de Rosangela Fonseca no Programa Rádio Show do Radialista Paulo Henrique.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Informativo Web Cultura Especial 4ª Conferência Estadual de Cultura do Estado da Bahia.

Beatriz Conceição da Casa de Cultura de S. Felix - BA

Rai Alves Entrevista Beatriz Conceição da Casa de Cultura de S. Felix no estado da Bahia que fala sobre as casas de samba e e luta para manter as tradições e as políticas afirmativas. Confira.

Produção TV Web Cultura.
Todos os Direitos Reservados.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Informativo Web Cultura - edição de 23 / 11 /2011

O Informativo Web Cultura de hoje nos fala sobre os crimes contra animais, e também o conteúdo das novelas brasileiras, ponderação sim, censura não. Confira essa e outras informações.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Informativo Web Cultura - edição de 21 / 11 /2011

Informativo Web Cultura - edição do dia 21 de novembro de 2011.

Apresentação: Fabio del Porto
produção e edição de imagens: Rubem Pereira
Co-Produção: Croma Produções e Vídeo
Realização TV Web Cultura

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Nova música de Fabio del Porto é destaque no Videolog.

A nova canção Amar o A mor em Você, de Fabio del Porto é destaque de primeira pagina no site Videolog.
A canção de amor em poucos minutos virou hit dos usuários do Videolog, uma das maiores comunidades de produtores de vídeos do Brasil e, um dos principais concorrentes do YouTube em terra tupiniquins.
Confira a nova música de Fabio del Porto.

Amar o amor em você - Fabio del Porto por favirha no Videolog.tv.


A nova canção Amar o A mor em Você, de Fabio del Porto é destaque de primeira pagina no site Videolog.
A canção de amor em poucos minutos virou hit dos usuários do Videolog, uma das maiores comunidades de produtores de vídeos do Brasil e, um dos principais concorrentes do YouTube em terra tupiniquins.
Confira a nova música de Fabio del Porto.

Amar o amor em você - Fabio del Porto por favirha no Videolog.tv.


sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Rosário

E eu que era um menino puro
Não fui perder minha infância
No mangue daquela carne!
Dizia que era morena
Sabendo que era mulata
Dizia que era donzela
Nem isso não era ela
Era uma môça que dava.
Deixava... mesmo no mar
Onde se fazia em água
Onde de um peixe que era
Em mil se multiplicava
Onde suas mãos de alga
Sobre o meu corpo boiavam
Trazendo à tona águas-vivas
Onde antes não tinha nada.
Quanto meus olhos não viram
No céu da areia da praia
Duas estrelas escuras
Brilhando entre aquelas duas
Nebulosas desmanchadas
E não beberam meus beijos
Aqueles olhos noturnos
Luzinho de luz parada
Na imensa noite da ilha!
Era minha namorada
Primeiro nome de amada
Primeiro chamar de filha
Grande filha de uma vaca!
Como não me seduzia
Como não me alucinava
Como deixava, fingindo
Fingindo que não deixava!
Aquela noite entre todas
Que cica os cajus! travavam!
Como era quieto o sossego
Cheirando a jasmim-do-Cabo!
Lembro que nem se mexia
O luar esverdeado.
Lembro que longe, nos longes
Um gramofone tocava,
Lembro dos seus anos vinte
Junto aos meus quinze deitados
Sob a luz verde da lua.
Ergueu a saia de um gesto
Por sobre a perna dobrada
Mordendo a carne da mão
Me olhando sem dizer nada
Enquanto jazente eu via
Como uma anêmona n'água
A coisa que se movia
Ao vento que a farfalhava.
Toquei-lhe a dura pevide
Entre o pêlo que a guardava
Beijando-lhe a coxa fria
Com gosto de cana-brava.
Senti, à pressão do dedo
Desfazer-se desmanchada
Como um dedal de segredo
A pequenina castanha
Gulosa de ser tocada.
Era uma dança morena
Era uma dança mulata
Era o cheiro de amarugem
Era a lua cor de prata
Mas foi só aquela noite!
Passava dando risada
Carregando os peitos loucos
Quem sabe pra quem, quem sabe!
Mas como me perseguia
A negra visão escrava
Daquele feixe de águas
Que sabia ela guardava
No fundo das coxas frias!
Mas como me desbragava
Na areia mole e macia!
A areia me recebia
E eu baixinho me entregava
Com medo que Deus ouvisse
Os gemidos que não dava!
Os gemidos que não dava
Por amor do que ela dava
Aos outros de mais idade
Que a carregaram da ilha
Para as ruas da cidade.
Meu grande sonho da infância
Angústia da mocidade.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Tv Web Cultura de cara nova!

Bem minha gente que nos acompanha, estamos bem felizes com as novas diretrizes que, o grupo ‘Web Cultura’ vem tomando e breve termos muitas novidades legais, a primeira é que estaremos inaugurando a nossa programação inteiramente reformulada, com a estréia de programas incríveis, como o programa de entrevistas e variedades Eluiza Elena Entrevista, o ‘Web TV Show’, um programa de auditório com muita musica e informação, além de vários outros que estamos preparando, mas vamos deixar isso quieto por enquanto, para dar uma surpresa legal pra vocês. Vais ser muito bom.

Outra novidade é a nossa Rádio Web Cultura que vai transmitir 12 horas de programação via Web pra todo mundo, com muita música e informação.
E claro a nova cara do site e a estréia de novos blogs que já estamos criando e breve tudo isso vai estar disponível pra vocês.
Portanto fiquem ligadinhos, vai ser muito bom.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Micro Doc Web Cultura Encontro de Arte e Cultura Afro-Brasileira (P. Seguro-)BA

Micro Doc Web Cultura Encontro de Arte e Cultura Afro-Brasileira - Edição Porto Seguro -BA.

O Encontro de Arte e Cultura Afro Brasileira é um dos trabalhos desenvolvidos em um projeto de fomento à cultura que contou com 13 atividades relacionadas a territórios Culturais e é coordenado pelo GRUPED -- Grupo de Pesquisa em Estudos para a Diversidade -- IFBA Porto Seguro e pelo Ponto de Cultura Capoeira Raça de Eunápolis.


Produção: TV WEB CULTURA
Chefe de Reportagem: Fábio Del Porto
Imagens e edição: Rubem Pereira.
Produção Executiva: Wilson Bittencourt.
Direção de Jornalismo Cultural: Rai Alves

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Encontro Afro é sucesso!

 Encontro Afro é sucesso!: O encontro de Arte e Cultura Afro Brasileira é um dos trabalhos
desenvolvidos em um projeto de fomento à cultura que teve 13 atividades
relacionadas a territórios culturais e é coordenado pelo GRUPED – Grupo
de Pesquisa em Estudos para a Diversidade/IFBA Porto Seguro e pelo Ponto
de Cultura Capoeira Raça, de Eunápolis. O Coordenador do Ponto de
Cultura Capoeira Raça, Wilson Bittencourt, falou sobre a importância de
se discutir cultura. “A cultura é aberta e vem para unir as pessoas. A
cultura é o todo, geral e abrangente.

veja matéria completa

terça-feira, 30 de agosto de 2011

SOBRE O DIVINO MANTO DE MARIA

Mulheres africanas na procissão da Boa Morte em São Cristóvão oitocentista.

Ane Luíse Silva Mecenas [*1]
Adentrar o universo festivo incumbe, de antemão, vasculhar uma realidade permeada por códigos que podem permitir a leitura do entorno social em que tal realidade está inserida. A festa deve ser lida como sistema relacional, na qual as transformações e o silenciamento ao longo do tempo podem ocorrer devido às circunstâncias do âmbito externo, mas também, muitas vezes, podem ser decorrentes da esfera interna. A dinâmica dos sujeitos inseridos faz com que a festa se apresente como algo dinâmico, como fenômeno vivo. Partindo dessa acepção, não se pode entendê-la como modelo, mas sim como espaço de diálogo.
Assim, torna-se necessário investigar as diferentes facetas da festa. É preciso esmiuçar os seus múltiplos sentidos, como também observar o seu entorno, vislumbrar suas margens. Sabendo-se que forças endógenas e exógenas contribuem para a dinamização de uma festividade, torna-se necessário investigar os vestígios de sua trajetória, na tentativa de descortinar as diferentes transformações e o processo de sua constituição intrínseca. Neste caso, a festa de Nossa Senhora da Boa Morte pode ser estudada apenas por alguns fragmentos encontrados ao longo dessa pesquisa. Um deles é a observação atenta de Serafim Santiago, presente no Annuario Christovense. Em apenas quinze linhas o memorialista relata a existência dessa procissão no dia 14 e 15 de agosto, datas nas quais se comemoram a morte e a assunção da Virgem, respectivamente. O segundo fragmento foi a imagem de Nossa Senhora morta, que atualmente se encontra no Museu de Arte Sacra de São Cristóvão, em Sergipe, doada pelos carmelitas. Por fim, os registros de óbito de alguns indivíduos que solicitavam ser enterrados com as vestes de Nossa Senhora da Boa Morte.
Este trabalho tem como objeto de análise a procissão de Nossa Senhora da Boa Morte, realizada em São Cristóvão no século XIX. Uma tentativa de reconstruir ou repensar, através de um dia festivo, um segmento da sociedade sancristovense que utilizava o dia 14 de agosto para expor sua fé e ressignificar suas crenças. No dia dedicado a dormição de Nossa Senhora, um grupo de negras, vindas da Bahia, reunia-se para celebrar a morte. Convém ressaltar que este estudo não apresenta um ponto final, nem conclusões fechadas, apenas possibilidades de análise.
A devoção à Nossa Senhora da Boa Morte foi iniciada pelas negras alforriadas, como forma de pedir proteção à Nossa Senhora e que na hora de sua morte as negras pudessem retornar à sua terra natal. Segundo José de Souza Martins, “podemos dizer que existe nos cultos afro-brasileiros duas concepções de morte. A boa-morte que é legítima e compreensível e a má morte, que é ilegítima e inteligível”.[*2] Embora as escravas tenham adotado um culto católico, isso não significou separação dos ritos da sua religião tradicional.
Por isso se faz necessário uma reinterpretação dos relatos dos memorialistas, dos documentos oficiais do clero, das imagens de santos, dos termos de compromisso das irmandades. E, principalmente, buscar no elemento de integração social desse período as festas para compreender as participações de cada segmento, e identificar suas visões de mundo.
A festa deve ser entendida como fruto de uma sociedade humana e produto de seus sonhos, angústias e fantasias. Um momento de liberdade e formação de uma identidade coletiva que, muitas vezes, foi formada no início da colônia, mas que permanece na memória de um determinado grupo e ainda é realizada seguindo os antigos moldes. Também pode ocorrer o desaparecimento do rito, ou esse não ter o mesmo significado naquele grupo social. Até porque como defende Bastide “o sincretismo é fluido e móvel, não é rígido e nem cristalizado”.[*3]
O presente estudo é um primeiro passo para a interpretação dos elementos teatrais da procissão de Nossa Senhora da Boa Morte e a análise da referida festa como forma de representação de um segmento social da sociedade sancristovense do século XIX. Além disso, propomos apreender os elementos simbólicos da procissão, a partir do depoimento de Serafim Santiago, buscando refletir a festividade da Boa Morte inserida no leque devocional do Carmo.
Nos últimos anos, a historiografia sergipana vem passando por um processo de renovação com a inserção de novas temáticas, como festas, penitências, devoções e procissões. Entretanto, apesar do considerável número de trabalhos enfocando tais temáticas, permanece uma lacuna: a procissão de negras africanas, pertencentes à Igreja de elite.
Partindo dessa contestação, temos o intuito de contribuir com a pesquisa sobre a procissão à Nossa Senhora da Boa Morte, realizada pelas negras do Carmo, em São Cristóvão. Além disso, buscamos refletir sobre uma procissão que não sobreviveu dentre as tradições religiosas da velha capital. Diferentemente de outras cidades, como em Cachoeira na Bahia, onde o cortejo religioso permanece com relevante solenidade, em São Cristóvão ela foi esquecida ou apagada da memória dessa comunidade. Prova disso é o silêncio quase que absoluto (não fosse os sussurros de Serafim Santiago) sobre a referida procissão.
Conforme já foi exposto, a memória referente à Nossa Senhora da Boa Morte é fragmentada. Foram localizados apenas três indícios da existência da referida procissão. Trata-se do depoimento de Serafim Santiago, no “Annuario Christovense: Costumes religiosos e sociais da antiga capital de Sergipe”; do nicho em que ficava a imagem na Igreja do Carmo, imagem devocional no Museu de Arte Sacra e dos registros de óbito. Mesmo aparentemente restritos, tais documentos podem nos fornecer informações reveladoras acerca dos múltiplos aspectos do evento.
De acordo com Serafim Santiago, antes de relatar a festa de Nossa Senhora do Amparo, havia a necessidade de apresentar uma outra que ocorria na véspera, dia 14 de agosto. Uma procissão que era realizada “a longos annos, pelas pretas africanas ali residentes”. Nesse momento o memorialista indica que o segmento social que participava da celebração não era a elite que comumente frequentava o Carmo, mas não indica a periodização à única referência apontada, que é o último sermão do vigário Barrozo realizado no dia 15 de agosto de 1882.
Convém ressaltar que o culto à Nossa Senhora da Boa Morte já ocorre em Salvador desde o século XVII. Por volta de 1820, a Irmandade da Boa Morte chega em Cachoeira na Bahia,com uma confraria formada unicamente por mulheres negras.[*4] Já as irmandades mineiras[*5] de Nossa Senhora da Boa Morte começaram a ser instituídas no primeiro quartel do século XVIII (entre os anos de 1721 e 1822), e foram compostas por mestiços de ambos os sexos.[*6] Em São Cristóvão ainda não foram encontrados registros referentes à existência de uma Irmandade, mas, assim como em Cachoeira, o culto a Boa Morte também é realizado por mulheres negras nessa cidade.
A celebração da festa era o momento da apoteose barroca. Criava-se um roteiro prévio, visto como enredo para o drama da dormição de Maria, que seria encenado pelas ruas tortuosas de São Cristóvão. A trama mágica na qual se dava todo esse processo visava prender a atenção do devoto/expectador. O real e o fictício se misturavam. A santa no andor desfilava encerrada pelos pecadores que buscavam a salvação. O andor, a imagem, a decoração e os santos demonstravam a teatralização da cena bíblica da morte de Maria. Era um verdadeiro desfile da corte celestial pela cidade.
Em um tempo distante, na noite de 14 de agosto, um grupo de negras saía da Igreja do Carmo pelas ruas da antiga capital de Sergipe, relembrando a dormição da Virgem. No intervalo entre os cânticos, o silêncio toma conta dos participantes da celebração. Um momento de louvor, tristeza e alegria... A virgem encontra-se encerrada em um túmulo, seu vestido é decorado por ornamentos brancos; folhas e velas compõem o cenário. Todos os que acompanham o cortejo recebem das organizadoras da festa anéis de louça vindos da Bahia. No dia seguinte, Nossa Senhora sai às ruas em uma charola, é a data da sua assunção, momento em que a virgem levanta-se do túmulo e ascende ao céu em uma nuvem, guiada por todo corpo celeste de anjos, arcanjos e querubins. Nesse momento encerra-se a celebração, mas é a hora de se preparar para a festa do próximo ano.
Como já foi exposto, a procissão de Nossa Senhora da Boa Morte de Sergipe possui poucos indícios. Provavelmente se tratava de festa menor dentro do vasto calendário festivo católico da velha capital dos sergipanos. Os registros documentais não deixam explícita a movimentação da comunidade nos preparativos da solenidade. Mas por que Serafim Santiago não foi detalhista ao tratar da festa da Boa Morte, assim como fez em relação a outras solenidades religiosas de sua terra natal? Foi em decorrência da irrelevância apelativa do número de fiéis participando do evento, ou porque ele era um homem do seu tempo e quis sufocar a memória de uma festa de mulheres negras? É difícil estabelecer alguma conclusão diante da restrição dos registros históricos. É difícil afirmar que a sociedade sergipana do século XIX resistisse ao culto à boa morte, pois o estudo da morte era uma das principais preocupações da sociedade dessa época, como ensejam estudos mais recentes sobre as irmandades.[*7] A morte não era preocupação exclusiva das mulheres negras, mas o culto e a devoção, ao que indicam os estudos de outras províncias, estavam atrelados às escravas.
É importante lembrarmos que Serafim Santiago tentou registrar a memória festiva de sua terra natal, ou seja, tentou engrandecer as tradições de sua cidade. Esse ponto é de fundamental importância para evidenciar que o memorialista não minimizou a procissão por menosprezar o segmento social que a realizava, mas sim porque realmente não era um evento religioso de grande mobilização de fiéis, como ocorria na solenidade do Senhor dos Passos, procissões das Cinzas e fogaréu, e até mesmo na festa do Rosário.
Outro motivo que demonstra que o autor do Annuario Cristovense não menosprezou a procissão é a sua relação com a igreja do Carmo, local de onde saía a procissão da Boa Morte e onde provavelmente estava instalada a possível irmandade de negras. Serafim Santiago era um homem influente na sociedade sancristovense e possuía familiares que faziam parte da Ordem Terceira do Carmo. Seus cunhados eram músicos que tocavam os motetos na procissão dos Passos, principal solenidade religiosa da cidade e que era organizada pela Ordem Terceira dos carmelitas. Prova desse capital social do memorialista é que ele conseguiu ser testemunha ocular da arrumação da charola do Senhor dos Passos, algo que era destinado à pouquíssimas pessoas, como ele mesmo afirma. Desse modo, Serafim Santiago tinha motivos suficientes para tentar manifestar a grandiosidade e pompa das celebrações existentes na Igreja do Carmo.
A igreja conventual era a maior da cidade de São Cristóvão e abrigava inúmeras irmandades, entre elas a do Glorioso Santo Antônio. Eram seis nichos laterais e o altar-mor, demonstrando a diversidade devocional existente entre os sergipanos do século XIX. Uma das imagens presentes na igreja era a de Nossa Senhora da Boa Morte. Ela estava depositada no primeiro nicho da lateral direita, com formato de um túmulo com pintura de flores azuis remetendo ao manto da Virgem. Era a representação de Nossa Senhora deitada, adormecida e com a tez pálida representando uma morte suave e sem dor. O manto era confeccionado com richelieu e possuía uma coroa prateada. Atualmente, faz parte do acervo do Museu de Arte Sacra de São Cristóvão.
Outro ponto a ser observado é o da procedência das mulheres que realizavam a procissão. Provavelmente ela era organizada por escravas da igreja do Carmo, mesmo não havendo nenhum registro que confirme tal hipótese. As memórias produzidas por Serafim Santiago deixam alguns sinais para confirmação dessa possibilidade. Mas esses mesmos registros revelam mais. O autor afirma que na ocasião da realização da procissão de Nossa Senhora da Boa Morte, no dia 14 de setembro, essas mulheres negras encomendavam anéis da irmandade homônima da Bahia. Mas por que essas encomendas foram feitas na Bahia e com as mulheres que faziam parte da irmandade da Boa Morte? Seriam esses anéis um símbolo de ligação entre esses dois grupos? Seria a reafirmação identitária de um grupo que foi separado outrora? São apenas possibilidades.
É muito provável que as mulheres negras organizadoras da procissão da Boa Morte em São Cristóvão fossem realmente, num tempo ermo, integrantes da irmandade baiana. Ao serem trazidas para Sergipe, a realização da procissão se tornou o único elo que as remetia a seu passado, ao grupo étnico ao qual estavam ligadas. Nesse sentido, a procissão era uma manifestação étnica e talvez por isso não atingisse amplamente a população da cidade. Os anéis representavam muito mais do que a estética barroca, pois eram uma forma de integrar simbolicamente dois mundos separados; de reunir no mesmo dia, em cidades diferentes, mulheres de um mesmo segmento social na mesma devoção, com procissões celebrando a Boa Morte. No entardecer do dia 14 de setembro, pelas ruas de São Cristóvão e de Salvador, saíam as procissões com mulheres negras. Por alguns instantes, no imaginário desse grupo, ocorria a reinserção entre elas, com seus anéis reafirmando a aliança de auxílio mútuo. A irmandade não tinha desfalecido, mas apenas se espalhado pelo país, maculado pela escravidão.
A estética barroca se espalhava pelas ruas da cidade. São Cristóvão se tornava um campo santo que assistia ao desfile cabisbaixo das mulheres de luto transportando a charola simples com a Virgem da Dormição. O sino do Carmo anunciava o cortejo pelas ruas da cidade. Era apenas mais um cortejo, com poucos seguidores, mas que expressava uma pompa significante. Materiais oriundos da Bahia, como os famigerados anéis, uniam-se às flores e tecidos que criavam o cenário fúnebre. O ritmo era de melancolia, pois a procissão relembrava as dores, dores múltiplas de tempos distintos. Eram as dores pela dormição da Virgem, o que significava que naquela noite a sociedade católica adormecia órfã. Mas aquelas mulheres também celebravam a dor da distância de sua terra natal e do seu grupo social. Caminhar pelas ruas apertadas de São Cristóvão era a forma encontrada para amenizar tantas dores, e de se reaproximar do seu passado.
Com o tempo essas mulheres silenciaram. O sino do Carmo deixou de tocar na véspera da assunção de Nossa Senhora. O sermão do vigário Barroso deixou de ecoar na igreja. O estalar dos pés descalços das escravas silenciou nas ruas estreitas. A tradição adormeceu. Sem fogos, sem pompa, sem olhares cabisbaixos. As mulheres africanas foram sufocadas em seu cortejo mariano. Os motivos: não se sabe. Até o nicho no qual a imagem permanecia ao longo do ano foi esvaziado. A tradição foi arrancada de sua igreja. Ao que tudo indica, um dos anseios das mulheres que realizavam a devota procissão foi atendido. As escravas silenciaram sem alardes. Adormeceram e levaram consigo sua tradição, que ao longo do século XIX foi ignorada por grande parte das autoridades e até mesmo pela intelectualidade sergipana. As mulheres negras, que carregavam em seus ombros o esquife de Nossa Senhora da Boa Morte, aparentemente também tiveram uma morte sem pompas. Restou-lhes apenas o último pedido. No último alento, as negras deixam seu sussurro, seu desejo. No leito de morte algumas dessas mulheres deixaram suas falas registradas, solicitando serem deixadas em seu leito eterno com a túnica idêntica ao da Virgem da Boa Morte. Era a indumentária para a viagem derradeira das mulheres africanas, que mesmo silenciadas deixaram seus rastros nas ruas da Sergipe provincial. O espetáculo da Boa Morte em Sergipe chegava ao seu último capítulo.
Fontes consultadas

Manuscritos
SANTIAGO, Serafim Annuario Christovense: Costumes religiosos e sociais da antiga capital de Sergipe.
Iconográfica
Imagem da Virgem da Boa Morte - Museu de Arte Sacra de São Cristóvão.
Referências Bibliográficas
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BECKHÄUSER, Alberto. Símbolos Litúrgicos15. ed. Petrópolis: Editora Vozes, 2000.
BORGES, Célia Maia. Escravos e libertos nas Irmandades do Rosário: devoção e solidariedade em Minas Gerais nos séculos XVIII e XIX. Juiz de Fora: Editora da UFJF, 2005.
BOSCHI, Caio César. Os Leigos e o Poder:irmandades leigas e política colonizadora em Minas Gerais. São Paulo: Editora Ática, 1986.
COUTO, Patrícia Brandão. Festa do Rosário: iconografia e poética de um rito. Niterói: EDUFF, 2003.
COSTA, Sebastião Heber Vieira. A festa da Irmandade da Boa Morte e o ícone ortodoxo da dominação de Maria. 2. ed. Salvador: ZUK Comunicação, 2005.
CUNHA, Maria José Assunção da. Iconografia Cristã. Ouro Preto: UFOP; IAC, 1993.
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GINZBURG, Carlo.Mitos, Emblemas, Sinais: Morfologia e História. Traduzido por Federico Carotti. São Paulo: Companhia das Letras. 1998.
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MARAVAL, José Antônio. A cultura do Barroco: análise de uma estrutura histórica. Traduzido por Silvana Garcia. São Paulo: Edusp, 1997.
MARTINS, José de Souza. A morte e os mortos na sociedade brasileira.São Paulo: Editora Hucitec, 1983.
MEGALE, Nilza Botelho. Invocações da Virgem Maria no Brasil. 5. ed. Petrópolis: Editora Vozes, 1998.
NUNES, Verônica Maria Meneses. Glossário de termos sobre religiosidade. Aracaju, 2004. Mimeo.
ORO, Ari Pedro. Religiões afro-brasileiras: religiões multiétnicas. In: FONSECA, Cláudia. Fronteira da Cultura: horizontes e territórios da antropologia na América Latina. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 1993. p. 78-91.
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SILVA, Maria Beatriz Nizza da Silva.Cultura Portuguesa na Terra de Santa Cruz. Lisboa: Editorial Estampa, 1995.
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VERISSIMO, Suzana. Irmandade da Boa Morte. In: D.O Leitura. São Paulo: Imprensa Oficial. 2003. Ano 21, nº 06. p.40-51.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

ONU se reuniu para discutir o apelo da Palestina para se tornar o 194º país do mundo.

Nos do grupo de Blogs da FVF Comunicações também estamos juntos nessa.

No entanto, governantes de países de destaque ainda estão em cima do muro. Somente um esforço gigantesco da opinião pública pode mudar a situação.

A Avaaz fez um pequeno, mas emocionante vídeo mostrando que essa proposta legítima é de fato a melhor oportunidade para acabar com o beco sem saída das infinitas negociações mal-sucedidas e abrir um novo caminho para a paz.

www.avaaz.org/mepeacepo

Enquanto a violência se espalha novamente e as tensões sobem no Oriente Médio, uma nova proposta de independência da Palestina ganha fôlego em todo o planeta. Se conseguirmos a aprovação dessa proposta na ONU, ela poderá significar um novo caminho para a paz.

Porém, os chefes de governo de países de destaque ainda estão em cima do muro e para convencê-los a apoiar a independência da Palestina precisamos reforçar a pressão da opinião pública. Muita gente acha que não entende a situação suficientemente bem para se mobilizar. Para ajudar, a Avaaz fez um novo vídeo de curta duração contando a verdade sobre o conflito. Se uma quantidade suficiente de pessoas assistir ao vídeo, assinar a petição e a encaminhar a todos os seus contatos, nossas lideranças serão forçadas a nos ouvir.

Quase 10 milhões de membros da Avaaz estão recebendo este e-mail. Vamos mudar o teor da conversa sobre o Oriente Médio e criar um maremoto de apoio à independência da Palestina. 
Hoje, essa proposta de independência poderia ser a melhor oportunidade em vários anos para sair do impasse, evitar outra espiral da violência e equilibrar o campo de ação entre as duas partes em favor das negociações.

No mês passado, os palestinos apresentaram sua proposta ao Conselho de Segurança. Mais de 120 países a apoiam, mas os Estados Unidos não só a rejeitam como estão enviando um claro sinal a seus aliados europeus de que qualquer apoio à proposta legítima dos palestinos dificultaria as relações bilaterais. Cabe a nós dizer às lideranças de países europeus de destaque que a opinião pública apoia esse avanço não-diplomático e não-violento e que a opinião dos cidadãos é que deveria influenciar as decisões estratégicas, e não as preferências do governo americano.

Nossa campanha está explodindo em todo o mundo -- mais de 830.000 membros se juntaram ao apelo nos primeiros dias! Ela foi mencionada na primeira página de grandes veículos de notícia, citada no Conselho de Segurança da ONU e tuitada pelo próprio presidente da Palestina! Agora vamos fazer com que ela ressoe nos ouvidos das lideranças de países europeus de destaque, cujo apoio é crucial.

saiba mais:http://www.avaaz.org/po/middle_east_peace_now/?cl=1240660023&v=10060

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

terça-feira, 23 de agosto de 2011

A CHUVA NOS RUÍDOS

A poeta paulista Vera Lúcia de Oliveira recebe este mês o prêmio de melhor livro do ano de 2004, concedido pela Academia Brasileira de Letras. O volume destacado é A Chuva nos Ruídos, antologia publicada pela Editora Iluminuras, de São Paulo. O volume inclui poemas de cinco livros de Vera Lúcia: Pássaros Convulsos, Tempo de Doer, Pedaços, Geografia de Sombra e A Porta Range no Fim do Corredor, títulos citados do último para o primeiro.

Vera Lúcia de Oliveira é uma escritora brasileira com uma história singular. Residente na Itália, ela escreve de forma bilíngüe, e também conquistou vários prêmios de poesia em idioma italiano. Portanto, Vera tornou-se também uma poeta italiana. Na antologia premiada pela ABL está o seguinte poema:

PÁSSAROS CONVULSOS

ave em carne viva
ave em tumulto
ave no osso
ave no uso
asa gravada
no sangue

ave na pressa
ave em vôo convulso
pronta
pra qualquer
fresta
ave torta
e ávida
em revoada
provisória


Vera Lúcia de Oliveira - A Chuva nos Ruídos
Escrituras Editora
São Paulo, 2004

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Joana e Correto Noronha no II Festival Mineiro de Humor


Joana, Correto e ao centro
nossa amiga radialista a Cida
No dia 11 de agosto deste ano Joana Darque Silva e Silva (a atriz Rosangela Fonseca) e Correto Noronha Barrão (o ator Fabio Del Porto) foram os mestres de cerimônia da etapa eliminatória do ll festival de Humor do SESC – Minas Gerais, na cidade de Almenara.

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Correto entrevista uma bolsa(!). Isso que é uma entrevista inesperada.

 A dupla divertiu a platéia durante esta etapa do festival, levando várias piadas e aprontando muito, foi ‘uma confusão só’, claro, tudo com muito humor.
Além de apresentar o evento a equipe do SESC Almenara convidou a dupla para animar a confraternização do grupo da 3ª Idade Luz que Brilha. Eles estavam fazendo uma homenagem aos pais e foram presenteados com a alegria da dupla mais hilária da região.

A dupla de humoristas e Sabino Marcos e sua sogra. Sabino representa Almenara em BH

Rosangela Fonseca como Joana e Fabio Del Porto como Correto

Houve também uma oficina de teatro para um grupo de jovens atores da cidade aplicada pelos atores Fabio Del Porto e Rosangela Fonseca.

Sobre o Festival.


O Festival é uma mostra competitiva e tem como principal objetivo valorizar a arte do humor e incentivar os comediantes mineiros. A segunda edição do evento foi dividida em duas etapas: regional e final. Além disso, contou com apresentações simultâneas em cinco unidades do SESC Minas Gerais: Uberlândia, Poços de Caldas, Almenara, Montes Claros e em Belo Horizonte, no LACES/JK. Ao todo, foram dois dias de apresentações nas categorias stand-up e personagem, garantindo a diversão do público.
Na final, os três primeiros colocados receberão prêmios em dinheiro. E ainda, haverá o prêmio de melhor espetáculo pelo voto popular. Os convites poderão ser retirados a partir do dia 22 de agosto, na portaria do LACES/JK (Rua Caetés, 603 – Centro/BH), no horário de 8h às 21h.

Conheça os finalistas:

Cidade: ALMENARA
STAND UP: Eronilto Mendes Soares – “Trabalho, eis a questão”
PERSONAGEM: Sabino Marcos Ramos – “Nas graças do riso”

Cidade: BELO HORIZONTE
STAND UP: Christiano Junqueira – “Aprecie sem Moderação”
PERSONAGEM: Eraldo José dos Santos – “Lili (Os Tolos)”

Cidade: MONTES CLAROS
STAND UP: Illan Carvalho Rego – “Sobre uma vida tosca”
PERSONAGEM: Uênio Moreira da Rocha – “As peripécias de Dona Santa”

Cidade: POÇOS DE CALDAS
STAND UP: André Bruno Vinhas Pereira – “Aborrecente”
PERSONAGEM: Janilton Prado – “Cama, comida e roupa lavada”

Cidade: UBERLÂNDIA
STAND UP: Cristiano Antônio – “Quem sou eu?”
PERSONAGEM: Dagmar Palga – “A mendiga”

Serviço:
II Festival Mineiro de Humor (Etapa Final)
Data: 30 de agosto
Horário: 20h
Local: Grande Teatro do Sesc Palladium
Entrada: ingressos gratuitos (Um gesto de solidariedade: um quilo de alimento não perecível)

Fonte: SESC Minas e TV Web Cultura

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

A «Consistência dos Sonhos»


Vídeo da jornalista Isabel Coutinho

Já se pode visitar em México D. F., no Antigo Colégio de San Ildefonso, a exposição José Saramago. A Consistência dos Sonhos, organizada pela Fundação César Manrique a partir de materiais cedidos por José Saramago.

Esta exposição percorreu já vários países: em 2007 esteve em Lanzarote, em 2008 em Lisboa, depois em São Paulo, Brasil, e agora chega ao México.

A exposição pode ser visitada virtualmente neste endereço. É também possível visitar o local da exposição, onde funcionou a primeira Universidade do México, aqui.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Atriz Rosangela Fonseca – Entrevista Web Cultura



Atriz Rosangela Fonseca – Entrevista Web Cultura


Acompanhe a atriz Rosangela Fonseca nesta entrevista exclusiva sobre o seu trabalho com o teatro,literatura e causas sociais , fala do inicio da carreira, os desafios enfrentados e as perspectivas para o futuro.

Os desafios do trabalho cultural. A arte como ferramenta de inclusão social.
Acompanhe essa matéria exclusiva da TV Web Cultura.


Produção: TV WEB CULTURA
Chefe de Reportagem: Fábio Del Porto
Imagens e edição: Rubem Pereira.
Produção Executiva: Wilson Bittencourt.
Direção de Jornalismo Cultural: Rai Alves

Visite o site: www.tvwebcultura.com.br

Apoio: FVF Blogs

quarta-feira, 27 de julho de 2011

RELEVÂNCIA DE UMA POESIA: O REDESCOBRIMENTO DO BRASIL


   Embora a amostragem utilizada seja restrita, constituindo-se em apenas um  fragmento do que se produz hoje no Brasil como poesia negra, percebe-se a relevância desses poetas, os quais realizam um trabalho complexo e diversificado, ocupando espaços em todas as vertentes poéticas, desde a poesia mais doce e emotiva dos que cultivam a lírica sentimental, até o exercício da forma depurada. Embora não se constituam em uma escola, nem tampouco em um movimento organizado de vanguarda,  os poetas negros possuem pontos de convergência que os une, embora sejam tão diversos em sua produção estética individual. A questão do negro, em suas múltiplas implicações (culturais, políticas, econômicas, lingüísticas, educacionais, religiosas, psicológicas, estéticas, etc.) é esse elo que aproxima esses poetas, embora cada um possa ter suas convicções e estratégias para a condução da luta.
   Reafirmando uma  característica da literatura  contemporânea, a poesia negra está ligada visceralmente à vida. Isto se  inicia na linguagem, com forte apelo da língua natural, e continua  na temática, retirada da vivência cotidiana. É uma poesia que se coloca, dentre outras coisas, como instrumento de luta, a serviço de uma causa. Convém pontuar que toda esta imensa poesia, contida em um dos mais importantes segmentos da população brasileira estava, até há pouco, silenciada. O negro brasileiro se expressava através dos esportes, da música e da dança. Mas a poesia considerada “culta” pertencia ao branco ( assim como ocorria nos esportes: o tênis, o golf, por exemplo, não eram  costumeiramente praticados por negros. Atualmente, existem campeões negros em todos os esportes).
   Percebe-se, a partir da análise de poetas como José Carlos Limeira e Éle Semog, um aperfeiçoamento no tratamento da linguagem, comparando-se os trabalhos das décadas de setenta e oitenta e a produção mais recente. Em ambos os casos, uma poesia inicialmente direta e engajada se diversifica temática e lingüísticamente, refinando progressivamente a linguagem, para revelar a autenticidade e as potencialidades do sujeito estético. Por outro lado, na poesia de Jônathas Conceição nota-se, desde o princípio, uma engenhosidade no tratamento da forma e uma consciência estética. Com o tempo, o poeta apenas torna a sua linguagem mais despojada e essencial.
   Ainda que a poesia negra contemporânea mantenha-se ( ou seja mantida?) à margem do que se considera como a “literatura oficial” da Brasil, percebe-se um interesse cada vez maior por essa literatura, por parte de estudiosos e do público leitor em geral. Poesia motivada pela força do sonho da igualdade, alimentada pela riqueza cultural do povo afro-brasileiro, essa arte traz uma nova perspectiva para se ver o Brasil. É como se o país estivesse sendo finalmente desencoberto dos seus sutis véus de intolerância e mesmo de  violência racial (camuflada pelos instrumentos de abrandamento das tensões  sociais e raciais). Este é o segundo e mais veraz descobrimento (des-cobrimento: colocar à mostra  o que estava coberto) do Brasil. 
   Revelando o próprio negro a poesia finalmente revela o Brasil. O negro agora não é mais uma pintura estática, mas o sujeito e o objeto de sua própria poesia. Com base no estudo desta produção poética, percebe-se uma tendência de expansão ilimitada para o poeta negro, nos próximos anos. Quando este ciclo se completar, a literatura brasileira terá resgatado parte da dívida estética para com a poesia do povo negro.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

NÃO DEIXE O AMOR PASSAR

Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida.
Se os olhares se cruzarem e, neste momento,houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu.
Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem d’água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.
Se o primeiro e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um presente: O Amor.

Por isso, preste atenção nos sinais - não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: O AMOR.  

Carlos Drummond de Andrade

sexta-feira, 8 de julho de 2011

A Academia e a Arte.

Ainda vivemos numa sociedade em que a academia está distante do povo e isso cria as discrepâncias que sentimos no dia a dia. As universidades ainda se sentem na obrigação de repetir o que intelectuais e pensadores disseram, escreveram ou devanearam sem necessariamente estabelecer um link com a realidade social que vivemos e isso é importante, afinal que seres pensantes nossas instituições estão produzindo?
Não adianta se produzir tantos TCC s, teses de doutorados ou mestrados que de nada servem e, que vão ficar nas prateleiras para outros formandos copiarem, e colarem. É lamentável, que o resultado disso tudo,representa muito dinheiro e tempo gastos em nada para se dizer coisa alguma, transformando estes pseudo-s alunos em papagaios intelectuais que reproduzem de forma arrogante uma falsa sabedoria onde muitos negam a sapiência popular, que representa a verdadeira cultura, afinal todos os verdadeiros pensadores e cientistas mamam e mamaram sempre nesta fonte chamada cultura popular.
Seria importante as Universidades estarem atuando de dentro para fora pois, o aluno ao ingressar no universo acadêmico se esquece que ele vem de uma comunidade e percebemos que a maioria destes ao longo dos semestres começam a se distanciar do suas origens, não lembrando do povo e da sua família.
Ainda temos que ouvir absurdos como os tratamentos que se dão aos conceitos artísticos. Tratar as artes como se escuta muito por aí “… arte é cultura” há se pensar pois a origem da palavra Arte vem do Latim: ‘Ars’, significando técnica e/ou habilidade. É no mínimo um crime por a arte dentro da sala da cultura e fechar a porta, ela pode e deve estar dentro desta sala, mas com as portas abertas. Arte é sentir, ser artista é ter uma missão social e pessoal, como dizia Leonardo D´Vinci “ A Arte é coisa da mente(-”L’arte é cosa mentale!”)”.
Afinal que seres pensantes nossas instituições estão produzindo?

O artista alemão Abdruschin diz: “Até agora, da ação viva do espírito, do sentimento intuitivo, só nasceu a arte. Somente ela teve uma origem e um desenvolvimento natural, isto é, normal e sadio. Mas o espírito não se manifesta no raciocínio, e sim nos sentimentos intuitivos, mostrando-se somente naquilo que de um modo geral se denomina “coração”. Exatamente do que os atuais seres humanos de raciocínio, desmedidamente orgulhosos de si mesmos, escarnecem e ridicularizam prazerosamente. Zombam assim do que há de mais valioso no ser humano, sim, exatamente daquilo que faz do ser humano um ser humano! “Estes chamados “papagaios imitadores de pensadores inteligentes’ se acham no direito de não fazer nada novo, e querem enfiar ‘goela a baixo’ conceitos distantes do dia a dia de nos o povo.

Pra terminar, a escritora portuguesa ;Maria de Fátima Seehagenem em um dos seus artigos sobre arte nos diz: “Podemos então concluir que a ARTE é uma manifestação do espírito humano e como tal permanece latente em cada um de nós. Caberá a cada um desenvolver a sua linguagem no sentido de exprimir os seus anseios mais profundos que, de acordo com a nobreza de alma do artista em questão, irá elevar tudo a que se refere através do enobrecimento ou, caso o artista tenha se limitado à análise material dos fatos através de um raciocínio torcido, irá mostrar claramente o desperdício da imensa dádiva de poder “criar”, e o que deveria ser um objeto de arte será apenas um objeto de consumo.”

ARTE é uma manifestação do espírito humano.

Não queremos uma Academia de mercado mas sim transformadora, que respeite o artista e a sua função social.

Fabio Del Porto e Rai Alves
Fabio Del Porto é cantor, ator e produtor cultural.
Rai Alves é diretor dramaturgo e joranlista

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Blog do Fabio del Porto é indicado ao TOP BLOG

Fabio Del Porto: Fomos indicados ao TOP BLOG! Valeu galera!: "Eu fico muito feliz em ver que nosso trabalho como blogueiro agrada a muita gente, nossa já aconteceu tanta coisa. Num é brincadeira não! ..."
Bem, meu povo valeu pelas indicações de varias partes do Brasil, e pela organização do Top Blog e, aos que me acompanham esse tempo todo valeu e fico muito agradecido! O que desejo pra todos e luz, paz e amor!

domingo, 3 de julho de 2011

Mas que mundo é esse?

Neste vídeo Fábio del Porto nos leva ao mundo da obscuridade e dos medos adquiridos, uma viagem à depressão e a psique humana.

Inspirado em filmes de terror antigos tem como referencia Zé do Caixão e curtas da internet como o Manicômio.

Fábio del Porto

Mas que mundo é esse?
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sábado, 2 de julho de 2011

Missa de Domingo.

Na pequena cidade onde nasci, tudo que chegava era novidade, missa do domingo de manhã então, era um festival de coisas novas: maçã do amor, retratista, até o padre. Nossa! A chegada do padre era um acontecimento, pois na minha cidade não havia pároco, então uma vez a cada três meses, vinha um sacerdote de outra cidade para celebrar missa, casamentos batizados, encomendar almas, todos os sacramentos que se fizessem necessários.
Ah! domingo de missa era sinônimo de festa, de ganhar roupa nova, das moças casadoiras realizarem o grande sonho do matrimônio e as meninas o grande sonho de ser dama de honra e eu claro nos meus sete anos não fugia a regra, e eis que numa linda manhã de domingo havia chegado o grande dia da minha vida: seria dama de honra, que sensação maravilhosa, eu iria entrar na igreja carregando as alianças ao lado do meu pajem, meu amiguinho Fabrício, mal sabia  eu que o destino caprichoso iria nos pregar uma peça. Eu desconfio seriamente que nasci com uma predisposição para pagar mico, deve ser arte de algum erê brincalhão que veio junto comigo quando vim para esse mundo. Mas voltando a minha história: estávamos todos preparados para o casamento, noivos, daminha, pajem, pais, madrinhas e a o resto da cidade. O padre, porém, era um homem de temperamento difícil, ranzinza, o povo da cidade, apesar do respeito que tinha por ele, já andava  com o pé atrás com o reverendo, e justamente nesse dia vossa santidade estava com a “macaca”, disse que não iria celebrar o casamento pois a noiva havia se atrasado por demais, sendo que a pobre noiva estava antes dos preparativos para o casório, auxiliando o infeliz nos rituais para a eucaristia, foi para casa correndo vestir o tão sonhado vestido para chegar na porta da igreja e não encontrar o padre que já estava de saída para sua terra, então começou o corre-corre as famílias pedindo para o padre ser mais compreensivo, pois senão a moça teria que aguardar mais seis meses para casar, mais não adiantou o vigário estava irredutível quanto a sua decisão:
 - Não farei casamento algum, tenho que ir.
Nessa hora então começou a grande confusão – um primo do noivo que tinha saído cedo de sua rocinha onde morava para ir ao casamento do primo e já havia tomado umas doses de pinga a mais na venda de Boca Rica, achou aquilo uma desfeita - onde já se viu um homem de Deus se recusar fazer uma celebração de uma comunhão tão linda? O primo então se exaltou pegou um chicote e disse ao padre que ou ele fazia o casamento ou o ele iria tomar uma surra de chicote. Que furdunço na porta da Igreja: desmaia noiva, corre a mãe para acudir a filha, corre noivo para apartar a briga, porque a essas alturas dos acontecimentos o padre também já estava enfurecido, levantou a batina e partiu para briga, e o bebum tome-lhe chicoteada nas pernas do padre, e foi um Deus nos acuda, a cidade parou. E eu que olhava tudo de fora, só conseguia pensar se eu iria conseguir entrar naquela igreja carregando as alianças, comecei a rezar para a padroeira - Nossa Senhora D”Ajuda, para ela nos socorrer e por um fim aquela balburdia, enfim a briga acabou e o padre foi embora sem celebrar as bodas dos pobres nubentes, que já estavam perdendo as esperanças de concretizar o enlace amoroso, mas não pensem que essa história tem um desfecho triste não, o tabelião do cartório também estava lá para oficializar as cerimônias e ele então celebrou o casamento e eu pude enfim entregar as alianças aos noivos. Pelo ou menos o enlace matrimonial dos dois deu muito certo, viveram felizes por mais de vinte anos, até que a morte do esposo os separaram.

 Rosangela Fonseca é atriz e escritora